Carlos Castaneda e a Fresta entre os Mundos
Este estudo que aqui eu desenvolvo se faz na verdade como parte de um grande projeto de estudos culturais, desdobrado nos livros: O Olho do Ciclope, sobre a antropofagia das populações ameríndias brasileiras e a obra literária e filosófica de Oswald de Andrade; O Estudante do Coração, sobre os primórdios da nossa música popular brasileira, com Noel Rosa, e do nosso cinema, com Mário Peixoto, e alguns estudos mais; Proteu ou: A Arte das Transmutações, sobre a filosofia contracultura da literatura e da música de Jorge Mautner; Crisólogo – O Estudante de Poesia Caetano Veloso, sobre os desdobramentos da antropofagia dos povos ameríndios e da literatura de Oswald no tropicalismo; O Sol Nasceu pra Todos (A História Secreta do Samba), sobre o desenvolvimento da MPB e sua relação com a visão excêntrica do povo brasileiro mestiço.
O meu objetivo neste livro é:
1 – Dar a minha interpretação do nagualismo.
2 – Demonstrar que ele tem bases na América pré-colombiana, em uma intercomunicação continental que já dura milênios, o que pode servir de apoio para uma nova integração dos nossos povos americanos.
3 – Mostrar que o nagualismo tem desenvolvimentos atuais e futuros.
4 – Fazer relações da toltequidade com outras tradições.
5 – Convidar o leitor ao aprendizado.
Os Vislumbres são todos feitos de duplicações, e ainda, ao lado dos cinco objetivos, seguem os nove caminhos propostos por Taisha Abelar (ver capítulo 3).
Mas é um livro fractal, com certeza, dentro da minha proposta literária e filosófica, espelhando e emitindo para todos os textos que já escrevi, dos mais singelos aos mais sofisticados, da carta infantil ao tratado da multiconsciência afro-brasileira; e esse aspecto da geometria dos fractais que lhe cabe faz com que as duas visões, os cinco objetivos e os nove caminhos estejam presentes em todas as páginas; mesmo quando estamos numa seção do livro que traz nominalmente um dos títulos citados.
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