Oswald de Andrade, grande poeta e, de alguma forma, já reconhecido, fez um livro chamado “Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade”.

Em “Crisólogo: o estudante de poesia Caetano Veloso”, Luis Carlos retoma a expressão, com humor e um pique antropofágico, quando atribui ao nosso cantor popular o epíteto de São Pedro Crisólogo (século V). “Palavra de ouro”, ou, aquele que produz o ouro quando fala. No nosso caso, o nosso aprendiz, canta.

Caetano não é uma unanimidade, é importante como um vento do nosso tempo cultural, e, sendo assim, deve ser estudado nos seus devires; como tudo, aliás. É o que Luis Carlos de Morais Junior faz, em seu estudo da poética caetana, em “Crisólogo”, o seu estudo multicultural.

– Ensaios sobre arte pós-moderna –

Este é um livrosofisticação.
This book is a happiness, uma felicidade, c’est un livre heureux.
Vamos falar sobre escritores ou simulacros, compositores e malandros, cineastas e cientistas do som e do sentido.
Não define uma teoria estética, mas propõe uma teoria estética.
E principalmente procura nos proporcionar o salto quântico, a cambalhota do pensamento, o choque cultural, a estética contra a estática, e energia empoçada nas certezas vis.
Falamos ainda de filosofia, para trazer o pensamento para a arte.
A questão é a que o título sugere, e todo mundo entende, mesmo que não o perceba, de cara.
Agora a crítica é que é o problema.
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Foi motivo de muito estranhamento por parte tanto do público quanto da crítica o inusitado recurso empregado por Oswald de Andrade (a princípio, nos romances-invenções, mas veremos que a coisa vai muito além) da “prosa cinematográfica”: simultaneísmo, imagismo, cortes, montagens, closes, diferentes velocidades, dança imagística das palavras. É todo um “cinema transcendental” que faz de Oswald de Andrade um cineasta virtual, que, consciente disto, escreveu no Manifesto Antropófago: “Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.”.
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