ROCAMBOLE DE CARNE À COPACABANA
Um autor desconhecido descobre que a obra pela qual deu sua vida foi roubada, misteriosamente, e decide ir à Bienal do Livro para assassinar o ladrão, em sua noite de autógrafos.
Romance, mistério, suspense, ação, emoção e surpreendentes revelações históricas, neste “rocambole”, escrito em parceria por três escritores magistrais.
Quem realmente escreveu o livro? Quem é o larápio? Tente descobrir você quem é o verdadeiro autor.
Rocambole de carne à Copacabana mostra-se um romance policial na mesma medida em que escapa desse rótulo (e de qualquer outro). Seus autores-cozinheiros manejam os ingredientes sumariamente mencionados, dosando-os com irreverência e libido. Um pastiche de chiaroscuro, com sombras que não mais inundam a tela do espectador, limitando os contornos dos corpos ficcionais presentes e colocando-o (assim como seu protagonista) em dúvida acerca do que se vê. Não, o Rocambole de carne, como o prato que lhe dá nome, ilude às claras: as formas, aqui, são malea.
Alimento feito à base de calor, aqui é o calor carnal que o erige, que lhe dá forma e o deixa no ponto. Volta-se contra toda uma tradição literária popularesca, mas ousa ao adentrar nesse calor humano que, muitas vezes, falta nas obras do gênero – as quais são muito limpas, brilhantes e cheirosas. Nem por isso cai no pessimismo descritivo das obras realistas/naturalistas do século XIX. O romance é preenchido por uma ficção cheia de ironias, sarcasmos e humor negro. É como uma comédia humana: uma ficção que até se baseia no real, que busca o real como influência, mas que nunca se esquece de que é, de fato, ficção. No fim, o que o romance aponta a seus leitores é a intrínseca e insolúvel ligação entre ficção e vida real: elas se mesclam e, assim, devem ser saboreadas.
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