GIGANTE
Foi, para mim, uma leitura incômoda, pungente, necessária. Um mergulho em nosso vazio cotidiano, em nossas falsas opções de consumo. Mas foi uma leitura renovadora, mais renovadora do qualquer livro de autoajuda. A busca consumista da eterna juventude, amores jovens, a negação da morte e da velhice, a recusa em se tornar adulto, em vencer e ocupar o lugar do Pai. Tem algo, de fato, um não sei quê, de Kafka, a mesma solidão conformada, a mesma inteligência falida, a mesma culpa e autossabotagem, o mesmo estranhamento sensacionista entre o mundo de fora e o mundo de dentro, a mesma profundidade das coisas aparentemente tolas da superfície. E uma metamorfose.
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