Entrevista com Luiz Carlos Maciel – parte 4
LCM: É, eu conheci o mestre Lee.
LCMJ: Você conheceu o mestre Lee? Não seria uma tentativa de fazer uma espécie de tai chi?
LCM: Não. Eu conheci o Lee. A Nina Kirchman em São Paulo organizou a vinda do Lee, ele andou viajando, foi à Argentina e esteve aqui. Ele deu uma palestra em São Paulo e depois ele fez aqui no Rio também. E o pessoal da tensegridade ficou com o pé atrás. Porque ele é crítico da tensegridade, embora… eu tive papos com ele, nas três vezes que ele esteve aqui eu saí com ele.
LCMJ: Ele é chinês?
LCM: Ele é chinês.
LCMJ: E ele foi mestre de kung fu do Castaneda?
LCM: É, ele foi terapeuta e ensinou o kung fu. O negócio dele é ervas, dieta, massagens e exercícios. E ele fez um método pessoal dele lá.
LCMJ: Agora, e se realmente o Don Juan ensinou os movimentos pro Castaneda? Ele estaria resgatando algo da cultura autóctone americana.
LCM: É, ele ensinou pro Castaneda, mas não na quantidade que há agora. Aliás, é assumido que eles aumentaram.
LCMJ: Tem uma das guerreiras que é um ser inorgânico que veio ao mundo pela energia do Castaneda, a Blue Scout, o Batedor Azul.
D: Caraca!
LCMJ: Ela é uma das mulheres que dava o curso, que falava, tem uma série dela…
LCM: A Carol Tiggs!
LCMJ: A Carol foi e voltou. E a Blue Scout é um ser inorgânico. Porque segundo ele existem seres inorgânicos.
D: Jesus, Maria, José!
LCM: Segundo o Lee, a Carol é um ser inorgânico.
LCMJ: Então ela não é a primeira Carol, aquela mocinha, porque ela teria que ter ido com o grupo de Don Juan. Isso tá n’ A Arte do Sonhar, que ele foi com ela e depois ele voltou sozinho do outro mundo. Depois ela ia reaparecer.
LCM: É outra Carol Tiggs, não é a Carol Tiggs original, que, segundo Lee, é um ser inorgânico. O Lee disse que conheceu Castaneda porque ele tinha um lugar onde ele fazia terapia e ensinava kung fu em Los Angeles. E o Castaneda apareceu lá muito mal, com um nível de energia baixíssimo. Ele tava caindo pelas tabelas. Isso aconteceu depois do fracasso do Castaneda em comandar o grupo de guerreiros que continuasse a tradição de Don Juan. Ele foi abandonado por todos, isso tá no Presente da Águia. Todo mundo achou que ele era incompetente, que ele era um nagual de merda, e abandonaram ele.
LCMJ: Eu cheguei a pensar que esse grupo continuou com ele escondido.
LCM: Nada! Romperam!
D: E aí, o que aconteceu, eu estou interessada!
LCM: Você conhece a obra do Castaneda?
D: Não, eu li alguma coisa.
LCM: Vai ler, é uma grande novela. Então o Castaneda entrou nessas condições, e ele tratou do Castaneda sem saber que era Castaneda. Ele nem sabia quem era Castaneda, ele não tinha lido nada do Carlos Castaneda. Aí o Castaneda ficou bom. E escreveu O Fogo Interior, e dedicou pra ele. Levou o livro de presente com a dedicatória, e aí então soube que aquele era o Carlos Castaneda, por causa daquela dedicatória. Aí o Lee passou a ler os outros livros. E estabeleceu uma relação de amizade com o Carlos Castaneda.
LCMJ: Mas o Castaneda usava outros nomes como espreita.
LCM: Quando ele apareceu lá pelas tabelas, ele não apareceu com o nome de Castaneda. Carlos Spider. Ele diz que é Carlos Araña Castaneda.
LCMJ: Ele diz que é brasileiro, né?
LCM: Essas histórias dele.
LCMJ: Você acha que não verdade?
LCM: Dizem que ele é peruano.
D: É bem possível ele ser brasileiro, o brasileiro…
LCM: Ele diz que nasceu em Juqueri, mas Juqueri não é uma cidade, é um hospício. (Risos)
LCMJ: Mas na época que ele nasceu a cidade se chamava Juqueri, depois ganhou o nome de Franco da Rocha.
LCM: Ele falou que nasceu em Juqueri, mas nasceu num hospício. Tem uma reportagem da época da revista Veja, um rapaz que estava perto conheceu o Castaneda. O Castaneda disse que era brasileiro e ele começou a falar em português e o Castaneda respondeu com perfeito sotaque lusitano. Será se ele era um peruano que aprendeu a falar português?
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