Clone versus Gólem
Mas… a meia-noite estava quase chegando, era quase a hora. E Lenardo se levantou, lavou as mãos, e levou Carlos para o sótão da casa.
Lá ele pegou um pouco de terra, misturou com água, e ficou batendo como se fosse massa de bolo. Enquanto fazia isso falava palavras que o rapaz não conseguia compreender. Depois acendeu uma chama de cores variadas, que lançou sobre a mistura. Uma labareda subiu. Depois pareceu se acalmar. Sempre falando em outra língua, Lenardo modelou um bonequinho bem pequeno, assim duns dez centímetros de altura, no formato de um homem nu. E continuou falando.
Meia hora já havia se passado. Carlos pensou que era brincadeira mesmo. Aquilo era um boneco de massa. Como poderia falar que aquele homenzinho seria um Gólem, que se supõe grande, e animado? Lenardo escreveu três sinais do alfabeto sobre a testa do boneco. Escreveu com uma ponta de metal, melada em tinta, e aquilo seria uma tatuagem que não ia sair, quando a massa secasse, aliás, a massa já secara, a argila, e o boneco estava pronto. O Gólem estava feito. E ele se mexeu, olhou para os dois, e correu pelo assoalho, voltando para Lenardo, e parando à sua frente, como se esperasse ordens.
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